segunda-feira, 21 de junho de 2010

Meras sensasões...

Saudade apertando no peito. Um nó na garganta. Estômago embrulhado. Angústia desmedida. Ansiedade que não passa. Uma dor que fere a alma. Uma esperança sem sentido. O pensamento voa longe. As lembranças vão chegando aos poucos. Um silêncio perene e gritante. Uma solidão constante. Um corpo quente. As mãos geladas. Abraço vazio. A cabeça girando. Medo das sombras. Uma pesada sensação de estar tudo errado. A velha música tocando no rádio. Novas lágrimas brotando nos olhos. Uma briga insistente para não deixá-las cair. Muito para falar. Ninguém para ouvir. A imagem mudou. Mas o coração ficou. Calor lá fora. Frio aqui dentro. O sono vai embora. A manhã vem chegando. Mais um dia se foi. E nada aconteceu. Ainda não passou. Continua tudo aqui. Uma doce ilusão na repetição. Fuga da realidade. Esconderijo da verdade. Migalhas de atenção. Uma sede de rever, visto que até existe um pouco de prazer em sofrer. Vontade de ter uma súbita amnésia. Desejo de nunca ter acontecido. Anseio de voltar ao passado, na ânsia de fazer tudo diferente. Como se assim fosse possível mudar o presente, que um dia já foi futuro. Opiniões inoportunas. Julgamentos mal feitos. Críticas construtivas, e ao mesmo tempo, destrutivas. Nada mais importa. Nem um sinal. Nem um recado. Somente restaram as sombras de um passado que insiste em não passar. Apesar dos olhos finalmente enxergarem o que não queriam ver, tudo continua tão sem sentido. Tudo que é bonito, agora dói. Algum dia será verdade? Caminhos se cruzam e descruzam na velocidade da luz. Por que cuidar tão bem, se não será infinito? Existe um porto ou todo mundo é estrangeiro? Ah, essa mania de eternidade! Ah, essa repulsa pelo efêmero! Ah, essa insistente busca pela felicidade! Mas afinal, o que é felicidade?! Conceitos relativos. Teorias inventadas. Perguntas sem respostas. Situação sem explicação. Carinho guardado no peito. Sem obrigação. Sem amor. Sem paixão. Sem compromisso. Não se entende, mas se aceita. Porque não se conhece outro jeito de se viver melhor. A vida vai seguindo. O tempo vai passando lentamente. A falta de ação esmaga um pouco. Tudo vai acontecendo nem sempre da maneira que se quer, mas sempre da maneira que tem que ser. E de repente tudo volta para o mesmo lugar.

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