segunda-feira, 19 de julho de 2010

Esqueci de esquecer...

Esqueci de te esquecer. E na ânsia de ser feliz, esqueci de mim, lembrando de você. E ao teu lado fui morrendo, me matando mesmo vivendo, e acabando com o que ainda existia dentro de ti. Deveria eu ter deixado imortalizar a minha imagem como ela era antes?! Posso pressupor que sim, posto que sempre faço as escolhas erradas. Essa também não deve ter fugido a regra. Muito embora eu saiba que talvez nada do que eu fizesse, fosse levar-me a um destino diferente, tendo em vista que tinha que ser assim. Queria eu não me contentar com tão pouco. Matei a sede, a fome, o desejo. Mas consegui também matar meu coração. E agora?! Novamente não sei como tirar essa dor que me apavora. Tenho rompantes de lucidez. Sei que preciso esquecer. Tenho raiva do mundo (acreditem, isso ajuda!). Quero expulsar todo e qualquer sentimento ainda existente dentro do meu peito, por quem quer que seja. Decido não me apaixonar por mais ninguém até concluir todos os meus planos (pobres enganos). E quando acho que estou conseguindo esquecer (Por que será que eu acho que estou conseguindo esquecer?!). Por que eu não paro de pensar que preciso esquecer e esqueço logo de uma vez. Pois quando eu penso em esquecer, eu lembro. Pronto. Já estou lembrando de novo. E começo a procurar todos e quaisquer resquícios dos restos da minha vida em tua vida. Nada. Somente o vazio em meu lugar. E é nesse momento q é chegada a hora de sofrer. A brisa da noite traz solidariamente (e traiçoeiramente) uma leve melancolia. Começa uma batalha entre meus olhos e as lágrimas que insistem em cair. O travesseiro passa a ser ouvinte atento aos meus soluços. A solidão gentilmente me abraça. A escuridão do meu quarto me devora. A mesma brisa traiçoeira seca as lágrimas. O sono vai vencendo-me pelo cansaço. O corpo já não obedece mais aos comandos do meu cérebro. E eu vou esquecendo... De mim, de você, do mundo. Até encontrá-lo novamente em meus sonhos. Esse lugar onde você já me fez tão bem, sendo assim, tão meu. Nesse lugar onde um dia você foi essencial para que eu esquecesse alguém. E agora, nesse mesmo lugar, eu preciso esquecê-lo também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário