quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dia de Tiradentes

Dia 21 de abril. Feriado. Esse mesmo dia há alguns anos, transformou-se em um dos dias mais importantes da minha vida. Entretanto hoje, ele já não me representa nada. Se no sábado de Aleluia podemos comemorar queimando o Judas, será que hoje eu posso comemorar o dia de Tiradentes me enforcando? Meu dia foi simplesmente péssimo. Já não bastava ser o dia seguinte ‘do fim’. A linha do meu telefone ainda está com problemas e fiquei sem internet justamente no feriado. Logo quando eu poderia passar o dia inteiro afogando minha tristeza no computador. Estou completamente ‘ilhada’, sem internet, sem telefone, sem ninguém para conversar. Eu até poderia usar o celular, mas ligar pra quem? Quem é que iria querer passar à noite inteira me ouvindo choramingar mais um dos términos de meus namoros. Se nem eu agüento mais, imagina os meus amigos! Chega. Prometo não começar mais nenhum relacionamento sério com ninguém pelos próximos dois anos. Só para não ter mais que terminar. Não agüento mais esse ciclo vicioso. Conhecer alguém, paquerar, ficar, namorar, ser momentaneamente feliz, brigar, desiludir-se, terminar, sofrer, chorar, esquecer, conhecer um novo alguém. Não necessariamente nessa ordem, mas é mais ou menos assim que as coisas acontecem. Estou cansada de começar e terminar. Quero continuar. Queria continuar agora. Mas encarando os fatos tão honestamente quanto me é possível, sei que não posso continuar, não importa o quanto assim eu deseje, não posso me inclinar ainda mais. Suponho que poderia estar justificada em sentir-me humilhada por todos os meus esforços para que essa relação desse certo. Em vez disso, sinto-me orgulhosa de mim mesma e contente por ter reconhecido a rara e maravilhosa oportunidade que desfrutamos enquanto a tivemos. Dei tudo de mim, no sentido mais puro e sincero, a fim de preservá-la. Isso é o que me conforta agora. Nesse momento horrível do final, posso sinceramente dizer que não conheço nada diferente que eu poderia ter feito para nos levar ao lindo futuro que poderíamos ter tido juntos. Gostar de alguém é algo que só depende de nós mesmos, mas ser gostado é outra coisa bem diferente. Não podemos pedir que alguém goste de nós, nem pressupor que já fizemos tudo para ser querido e fim da questão. No lugar de ficar remoendo os fatos do passado, procurando desculpas para escolhas mal feitas ou explicações para erros que poderiam ter sido evitados, prefiro guardar comigo as passagens coloridas de um passado especial. Apesar do sofrimento em que me encontro agora, estou feliz por tê-lo conhecido desta maneira tão mágica, tão cheia de feitiço, tão cheia de encanto. Nesse momento, encontro-me na companhia pesada da ausência dele e mesmo assim, não fujo, não temo, não choro, apenas guardo uma sutil ilusão de esperança num sonho proibido, de sonhar com um encontro marcado, sem hora certa, na conveniência do acaso, onde tudo acontece como deve acontecer.

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