quarta-feira, 21 de abril de 2010

Romance Sobrenatural

Alguém aí deve estar se perguntando o que seria um Romance Sobrenatural?! Eu posso dizer que não só descobri o que era, como também tive a “sorte” de vivenciá-lo. Já não bastava em janeiro ter vivido um ‘amor de verão’, eu precisava viver agora ‘algo sobrenatural’. Devo ser meio masoquista, mas tudo bem, vamos as definições. Quando o meu ‘Romance Sobrenatural’ começou, ele já havia começado e acabou, mas já havia terminado. Que loucura não é?! Foi só uma questão de oficializar tudo. E talvez esse lance de oficializar tenha sido o maior problema.
Não bastava eu ter passado pela vida dele e ele não ter percebido. Em seguida, ELE passou pela minha vida, mas eu não o enxerguei. Entretanto, somos insistentes e fomos pontuais no encontro em que o destino nos reservou. E mesmo assim, nem nos notamos. O amigo dele, possivelmente de olho em mim. Ele por sua vez, de olho nas prováveis amigas que eu pudesse vir apresentá-lo, começamos a conversar e à medida que ele foi me conhecendo, foi se encantando. Eu o conquistei sem a intenção de conquistá-lo. Ele me conquistou, sem que eu quisesse me apaixonar. Desde o dia em que ficamos juntos pela primeira vez, já éramos namorados. Como assim?! Tratávamos-nos como namorados, saiamos quase todos os dias, como namorados, fazíamos planos, como se fossemos namorados. Mas não éramos namorados de verdade. Ou éramos?! Que estranho! Pra que essa história de oficializar e colocar NAMORANDO no Orkut então?! Pronto, estragou tudo. Se estávamos bem ‘enamorados’, não precisávamos apressar as coisas. Lembrem-me de nunca mais colocar namorando no Orkut, antes de completarmos 10 anos de namoro, por favor!
O que nos aconteceu foi algo tão de repente, mágico, forte, bonito, especial, nos apaixonamos instantaneamente. Não precisava ter estragado tão rápido. Se isso foi o destino nos ‘pregando uma peça’, eu espero que ele tenha se divertido, porque eu não achei nada engraçado! Mas, tudo que o vento traz, ele cruelmente leva. O encanto foi passando. A projeção foi se apagando. Ele foi deixando de me tratar como ‘princesa’. As coisas foram se acumulando. Fomos sentindo falta de um lugar para nos escondermos. E de repente, acabou. Os dois perceberam, mas ninguém disse nada. A quem estávamos querendo enganar? Ambos com medo de sofrer separados, mas já estávamos sofrendo juntos. Acabou, e os dois ainda insistindo nessa relação. Metade de cada um querendo jogar tudo para o alto. E a outra metade querendo insistir mais um pouco. Porque afinal de contas, gostamos de verdade um do outro e vivemos juntos a doce ilusão de sermos novamente felizes no amor. Mas não dá não é?! Quando falta algo, não tem como insistir. Como dizem por aí, “quando um não quer, dois não brigam.” Foi responsabilidade minha permanecer nessa teimosia. Tivesse sido um pouquinho mais realista, já estaria longe, muito longe dessa tristeza feito ferida que não quer sarar. Estava correndo o risco de sentir pena de mim mesma.
Teria sido bem mais fácil nos despedirmos em silêncio. Eu até tentei, ele insistiu. Ele tentou, e eu insisti. Então decidimos conversar. E tivemos uma longa conversa para concluir o que já havia sido concluído. Só faltava essa bendita (ou maldita) história de oficializar e tirar o NAMORANDO do Orkut. Novamente essa idiotice de Orkut, que só veio para complicar as nossas vidas. Pior que isso, serão apenas as perguntas dos amigos. Ué, mas já acabou?! Por quê?! O que houve?! Se eu quisesse realmente falar, eu os procuraria para contar, não acham?!
Mas essa última conversa, (não que tenha sido exatamente a última, porque um dia/talvez/quem sabe, ainda seremos amigos), foi muito boa. Super difícil, confesso. Pois quando não se tem raiva, não se acaba em meio a uma briga ou não se guarda mágoas de alguém (não costumo guardar magoas nem de quem merecia), fica mais difícil de ir embora.
Mas eu irei me permitir guardar uma leve tristeza (nem tão leve agora) e algumas boas lembranças. Também não me será proibido confessar que às vezes (ou quase sempre) tenho saudade(muita). Nem será odioso dizer que essa separação nos trouxe um inexplicável alívio ou sossego, talvez. E um indefinível remorso, e um recôndito despeito.
Houveram momentos perfeitos que passaram, mas eu não deixarei que se percam, pois ficarão guardados para sempre em minha vida, minha mente e em meu coração. Essas lembranças seguramente irão aumentar a minha solidão, mas também irão deixá-la um pouco menos infeliz, diante do muito que me fizeram bem um dia.
Podemos não saber ao certo o motivo pelo qual nos apaixonamos por uma pessoa. Nem ao menos quando essa paixão começa, mas com toda certeza, nunca se esquece quando ela termina. Principalmente se não estávamos preparados para a despedida. Eu não estava e posso até jurar que ele também não. Mas se vai ser melhor assim (não sei pra quem), então que seja.
Agora me explica o que eu devo fazer para esquecer os beijos, os abraços, o jeito dele me olhar, som daquele sorriso, os cuidados que ele tinha comigo, os carinhos? O que é que eu faço com esse vazio que ficou no meu peito? Quem é que vai me abraçar quando eu sentir frio? Quem vai cuidar de mim? Quem vai virar a noite no telefone comigo conversando bobagens? Quem vai me fazer uma porção de elogios e me fazer sentir-se especial? Quem vai dizer que a minha companhia é muito agradável?
Só de lembrar que ele estava comigo, já me fazia bem. E agora, só de lembrar que não estou mais com ele, me sinto muito mal.
Confesso que serei capaz de guardar num cantinho aqui dentro do meu peito esse sentimento especial que sinto por ele (que eu nem ouso nomeá-lo) e com ele talvez leve junto a esperança de um dia nossos caminhos se cruzarem novamente, mesmo sem acreditar muito nisso. Mas os nossos corações nos pregam tantas peças que eu nem me atrevo a duvidar. Enquanto a vida vai passando, e simplesmente me arrastando, eu vou continuar aqui esperando pelas ‘páginas do próximo capitulo’, ou seriam as ‘cenas do próximo livro’? Existe mundo mais confuso do que o meu?

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