sexta-feira, 23 de abril de 2010

Guarde para os dias de chuva...

Chove lá fora. Aqui dentro, meu peito ainda queima feito brasa que parece não querer apagar, lembrando de um abraço que ficou perdido no passado que insiste em não passar.
A ausência do calor daquele corpo fica mais forte e mais triste diante do frio e da solidão em que me encontro agora. Tento escutar o silêncio, ma só ouço o meu coração. Que bate apertado, urgente, acelerado, na angustia de querer aquela presença, mesmo sem querer. Bate mais forte, inversamente proporcional as forças da minha minha alma, pois já estou cansada de sofrer. Absorvida por esse paradoxo de emoções, me revolto, me xingo, me bato. Desejo ardentemente que essa chuva vá embora de vez. Em seguida, fico imaginando se ele também estaria sentindo frio. No quanto eu gostaria de estar lá para poder aquecê-lo. Mas será que já tem alguém fazendo isso por mim? Quem estará ao seu lado nesse momento? E mesmo que não esteja sozinho, será que ele ainda pensa em mim? Será que aqueles olhos desejam outros olhos assim como um dia desejaram os meus? Ou será que ele ainda não conseguiu esquecer a imagem do meu sorriso? Faça-me a gentileza de devolver os meus fãs (seus olhos), por favor?!
Vou dormir cedo. É inútil, pois essa dor não passa. Pior ainda. Sonho com ele e acordo no meio da noite para escrever sentimentalismos. Será que são sonhos ou pesadelos, diante da impotência de não poder transportá-los para a minha realidade?!
Levanto-me decidida a jogar fora tudo o que me fizesse lembrar-se dele. Mas de que adiantaria?! Eu até poderia conseguir jogar fora todos os presentes que ele me deu, mas como eu iria conseguir me livrar da rua em que ando? Do teto em que durmo? Da música que ouço? Das roupas que visto? Das críticas que escuto? Das perguntas que me fazem? Das lágrimas que choro? Da esperança que tenho? Do caminho que venho? Do sorriso que surge em meus lábios todas as vezes que me lembro de tudo de bom que fizemos juntos?
Quanto tempo eu conseguiria ficar sem olhar para as fotos, as rosas, o sol, o céu, as estrelas, a LUA (que ELE me prometeu um dia)?
Como eu iria recuperar a minha paz que ele levou e me livrar da saudade que ficou, da incerteza que ele deixou e da prisão (voluntária) em que me colocou?
Pode ser que eu consiga esquecer todas essas coisas, mas primeiro, precisarei esquecer a mim também.
Não. Melhor não jogar nada fora. Vou guardar para os dias de chuva as recordações do que ficou para trás. Vou guardar para os dias de chuva. Talvez um dia possamos nos lembrar, e quem sabe até descobrir, a falta que isso tudo ainda nos faz.

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