quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ah, essas palavras!

Ah, essas minhas grandes aliadas... As palavras! Escrevendo-as encanto a tantos, tantos. Mas não sei bem dizer ao certo se elas são minhas companheiras ou são apenas traiçoeiras, tornando-se minhas inimigas à medida que entregam tudo o que estou sentindo.
É difícil traduzir em palavras tudo o que se passa dentro do próprio coração. Utilizar-me dessas mesmas palavras seria fácil se não fosse o fato de que elas conquistam sem a intenção de conquistar. As palavras simplesmente brotam e brigam comigo, lutando desesperadamente para saírem do meu peito e pularem diretamente no papel, como se fosse possível nem percorrer antes todo o caminho entre meu cérebro até as minhas mãos.
Ah, essas malditas ou benditas palavras! Que me deixam despidas as emoções. Que não deixam que eu me esconda, fuja, ou o engane. Que desperta a curiosidade dos mais leigos e o interesse dos mais espertos, mostrando exatamente onde esconde-se o perigo.
Ah, essas palavras! Que chegam a causar admiração, orgulho, espanto, e talvez até medo.
Mas não se espante. Eu às vezes também me assusto ao final de cada texto meu.
Simples, mas real. Confuso, mas é natural, diante da complexidade da mente e do coração humano.
São facilmente absorvíveis, visto que surgem da minha necessidade de conversar com alguém, só não sei com quem. E ao mesmo tempo, perguntam-me se todas essas idéias saem dessa cabecinha tão pequena?! Não. Elas saem do meu enorme coração.
E não tenha medo de apaixonar-se por essas palavras. Você seguramente não seria o primeiro, e muito provavelmente, também não será o último a passar por isso.
Ultimamente andei a desacreditar um pouco nas palavras. Ainda acredito em pessoas. Admiro acima de tudo a sinceridade. Mas as palavras... Essas sim são traiçoeiras. Porque elas não se contentam em apenas conquistar, elas insistem em ficar cravadas em meu peito. Esqueço os beijos, os abraços, os jeitos, os gestos... Mas não consigo esquecer as palavras, que um dia ganhei de presente quase sem querer.
Quem me conheceu, sabe que basta apenas uma palavra para ver abrir o meu sorriso. Quem me perdeu, sabe que não foi necessário mais do que algumas poucas palavras organizadas em uma frase para me ferir de vez.
Posso esquecer a pior traição, mas não esqueço as palavras que você me falou um dia.
Por isso, não me faça promessas. Não prometa-me um encontro. Não prometa-me beijos e abraços. Não prometa-me o futuro. Não prometa-me o eterno ou simplesmente, não prometa-me a LUA.
Essas promessas raramente serão cumpridas. As pessoas irão embora, o vento levará as promessas... Mas as palavras ficarão em meu coração.
E isso machuca tanto, porque eu sei que por melhores que fossem as intenções e o quanto se quisesse tornar realidade todos esses desejos, não se pode.
E apesar de tudo, eu sinto falta das palavras. Sinto falta principalmente das TUAS palavras, que tanto me fizeram bem um dia. E o que mais me dói são justamente as TUAS palavras, que volta e meia vem martelar o meu juízo, pedindo desesperadamente companheiras que já não podem mais surgir de tua boca, para não maltratar ainda mais o meu coração.
Não preciso das tuas fotografias. Não preciso lembrar-me da tua fisionomia. Nem é necessária a melodia de uma canção. Guardo-te em palavras. Essas sim me farão lembrar de ti onde quer que eu esteja e onde as ouvir, lembrar-me-ei de ti. Posso até, por ventura, esquecer-me de teu nome, mas lembrarei de tuas palavras.
Ah, aquelas palavras... Delas eu não esquecerei JAMAIS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário