quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cuide bem do seu amor.

Ao longo da minha vida, eu fui aprendendo e gostando de jogar quase todos os jogos infantis que você possa encontrar em qualquer loja que venda brinquedos para crianças.
Não sei se isso acontece apenas comigo, mas essa história de ter que “dar um tempo” para que a outra pessoa sinta saudade de você, não funciona.
Comigo ocorre o inverso. Quanto mais eu fico perto, mais eu quero estar junto. Se o vejo todos os dias, mais dependente da presença dele eu me transformo. E um dia sem vê-lo passa a ser um eterno martírio.
Do contrário, se ele fica sem me procurar, à medida que o tempo vai passando eu vou esquecendo-o aos poucos. No início, eu sinto uma falta imensa, como se fosse uma dependência química. Mas os dias vão mudando. Passa cinco dias, uma semana, dez dias, duas semanas... pra mim já é demais. Eu começo a perceber que aquela falta, não me faz tanta falta. Eu passo a lembrar cada vez menos dele, e se não fossem pelas fotos, talvez eu já nem lembrasse mais da fisionomia de seu rosto. Observo que se eu vivi antes da chegada dele e sobrevivi após a sua partida, posso muito bem viver sem ele por toda minha vida.
Embora eu saiba que a saudade vai aparecer de vez em quando, posso afirmar que não será mais dele, e sim, dos momentos em que fui feliz ao seu lado. E isso é algo que poderá ser facilmente substituído pela presença de outro corpo, outro abraço, outros cuidados, outros beijos, outros olhos.
Provavelmente eu também serei facilmente substituída. Talvez até mais fácil ainda, tendo em vista que existem mais mulheres do que homens nesse mundo. Todavia, se ele não soube reconhecer o meu devido valor, eu sei me dar valor.
Eu sei que ele não precisará de muito esforço para encontrar outros lábios, outros olhos, outros braços, mas será que ela também terá o meu sorriso?
Será que a companhia dela será tão agradável quanto a minha? Será que a sintonia da conversa dos dois terá a mesma frequência e conexão das conversas que eu tinha com ele? Ela pode até ter olhos mais bonitos do que os meus, mas será que ela terá meu jeito misterioso e energético de olhar, que puxa feito imã e desconserta ao mesmo tempo? Será que ela terá os mesmos carinhos e cuidados que eu tinha com ele?
Ela pode até ser bem mais inteligente do que eu, mas será que ela terá meu modo de falar, assim pausadamente, procurando cuidadosamente as palavras certas, para que nada saia muito errado a ponto de serem mal interpretadas, prestando atenção em todas as sínteses como se eu estivesse escrevendo em meu blog, buscando a melhor linguagem para ser mais facilmente entendida?
Ela pode até ter um beijo maravilhoso, mas será que o beijo dela será tão apaixonado quanto o meu? E o abraço? Será que o abraço deles irá encaixar tão perfeitamente quanto o nosso já se encaixou um dia, parecendo até peças de um quebra-cabeça que encontrou a sua outra parte do coração?
A música que eles escolherem pode ser bem mais bonita do que a nossa, mas será que ela vai saber cantar baixinho, quase sussurrando ao seu ouvido, assim como ele gostava de me ouvir cantar? Será que ela terá o mesmo cheiro e o ouro do meu cabelo que ele fazia questão de elogiar?
Será que ela o fará cometer loucuras do tipo de virar à noite conversando bobagens ao telefone e no dia seguinte ter que ir trabalhar morrendo de sono, e mesmo assim super feliz, com um sorriso enorme nos lábios, só por saber que está com ela?
Será que ele vai repetir que poderia passar a vida inteira olhando feito bobo e admirando a beleza dela, e ainda não iria se cansar, assim como ele falou para mim um dia?
Pode ser que isso tudo ocorra melhor ou pior do que o que aconteceu entre nós dois. Mas iguais aos momentos que nós vivemos, jamais será!
E eu duvido muito que ele não vá lembrar. Duvido muito que ele não sinta minha falta um dia e deseje render-se e trocar qualquer coisa no mundo só por mais alguns instantes ao meu lado.
Acontece que quem gosta de verdade, cuida. E não espera perder para aprender a dar valor. Andei conversando com alguns amigos e cheguei à conclusão de que quem realmente gosta não enrola. Pelo contrário, quem gosta procura, quer estar perto, quer estar junto. Porque sabe que pode perder. E vamos combinar que aqui a concorrência não é tão baixa assim, não viu?! Eu sou bonita, inteligente e tenho consciência disso.
Por isso querido, cuide do que é seu (ou do que você acha que seja seu). Não me fira, não me enrole, não abuse. Porque um dia você pode não precisar mais de tanto esforço para que eu concorde com sua indecisão e me faça enxergar que eu realmente sou a pessoa errada para você. E então, o amanhã ou depois, pode transformar-se automaticamente em NUNCA MAIS.

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